Depoimento de um aprovado na ANEEL
Ola amigos concurseiros tudo certo e estudando muito como sempre? Bem eu ando meio afastado daqui do blog pois estou aproveitando quando estou em casa para somente estudar então pouco sobra para o blog , mas hoje resolvi colocar aqui o depoimento de um cara que se dedicou muito e conseguiu uma aprovação em um concurso super concorrido que é o da ANEEL, bem segue então o texto que está disponivel tambem no site http://mude.nu/como-passei-em-um-concurso-publico-de-primeira/ um grande abraço para vocês e bons estudos.
Na virada de 2009 para 2010, decidi prestar um
concurso público para uma agência reguladora do Governo Federal. Pouco menos de
quatro meses depois, estava aprovado, ficando em nono lugar entre os 8.306
inscritos.
Foi a primeira vez que estudei para concurso
público. Não fiz cursinhos nem tive acesso a muitos livros, pois estava morando
fora do Brasil.
Estudei ao mesmo tempo em que trabalhava para minha
empresa, fazia uma pós-graduação, continuava com meus exercícios físicos
diários e cuidava da casa e de um namoro. Ah, e eu não entendia nada do
principal assunto do concurso público, energia elétrica.
Demorei a escrever este artigo por ser difícil
achar o tom certo. O objetivo não é me gabar ou manifestar qualquer orgulho
besta e sim passar informações práticas de como outras pessoas podem fazer o
mesmo e passar em um concurso público sem perder anos estudando para uma prova.
Digo isso porque acho um desperdício ver tantas
pessoas estudando por meses, às vezes anos, a fio sem um objetivo claro e uma
estratégia definida. Dito isso, vamos aos pontos que considero essenciais para
ser aprovado em um concurso público.
O primeiro ponto é ter uma estratégia
para o concurso público, um objetivo principal definido. Pelo que sei, muitas
pessoas se autodenominam concurseiras e saem fazendo
todas as provas que aparecem pela frente. Não importa se o assunto agrada, se o
conteúdo é assimilável, se haverá interesse em trabalhar com aquilo.
A minha estratégia foi escolher um só concurso
público, em um tipo de órgão que eu gostaria de trabalhar. Depois que escolhi,
não fiquei vendo outros, não mudei o foco se apareceu algum que pagasse mais,
não titubeei.
Sou formado em jornalismo, um curso no qual você
consegue se graduar sem pegar em um livro, se assim quiser.
As matérias do concurso público eram quase que
completamente estranhas para mim: fundamentos do setor elétrico, direito
administrativo, direito constitucional, orçamento público, ética no serviço
público, gestão de pessoas. Tirando português e inglês, eu não sabia nada daquilo.
Minha estratégia para estudo foi então rotacionar
as matérias do concurso público. Criei uma planilha e listei todas as matérias
em uma ordem que alternasse o tipo de conteúdo. Estudava cada matéria durante
50 minutos, cronometrados (se eu tivesse que ir ao banheiro, atender o telefone
ou beber água, eu parava o cronômetro).
Passado o tempo, eu ia para a matéria seguinte. Não
importa se eu conseguia estudar apenas uma ou cinco horas ao dia, sempre seguia
essa ordem. E sempre anotava tudo na planilha.
Essa técnica permite que você faça uma varredura em
todo o conteúdo, evitando deslanchar muito em uma matéria e deixar outras para
trás. A ideia é avançar em bloco.
Um ponto importante para quem quer passar em
concurso público é lembrar-se constantemente de qual é o objetivo.
A meta não é conhecer academicamente o assunto.
Você não vai escrever uma tese. O que você quer é saber responder a prova e
fazer mais pontos que os demais concorrentes do concurso público. Só isso.
Para tanto, basta treinar fazendo toneladas de
exercícios de concursos anteriores. No meu caso, que morava fora do Brasil e
não tinha acesso a cursinhos e muitos livros, a solução foi a internet.
Fiz uma assinatura no site Questões de Concursos e fiz toneladas de exercícios para concurso público. Em menos de quatro
meses, fiz mais de quatro mil questões. Uma média de mil questões por mês.
Treinando dessa maneira, as cento e poucas questões
na hora da prova parece que já foram vistas e resolvidas por você. Não há mais
medo, não há mais desconhecidos. É só executar o que foi treinado.
Importante ressaltar a divisão do tempo para as
questões. Como disse, dedicava 50 minutos a cada matéria. No começo, como eu
não sabia nada do assunto da maioria dos tópicos, não adiantava muito fazer
questões de concurso público. Então foquei na teoria. Nos dois meses finais,
quase todo o tempo era para exercícios a só um pedaço para revisão da teoria.
De todos os pontos, considero que fazer toneladas
de exercícios é a maneira mais eficaz para quem quer passar em um concurso
público.
O material através do qual você vai estudar também
é de fundamental importância. Nada de apostilas, bizus, macetes, resumos de
outras pessoas. Busque o autor mais consagrado da matéria em questão, que tenha
obra voltada para concurso público.
Isso é importante por causa do que já citei acima:
você não quer ser mestre no assunto (por enquanto). Você só quer acertar mais
questões que os outros em uma prova de concurso público.
Minha opinião é que você deve escolher apenas um
livro para cada matéria. Depois de estudar o básico da teoria, vá para os
exercícios, exercícios e mais exercícios.
Preciso confessar que tive que baixar muita coisa
da internet. Isso me prejudicou em alguns pontos, pois alguns livros que
consegui baixar estava desatualizados. Comprei alguns através da Livraria
Cultura, que entrega no exterior, mas correspondeu a menos da metade do total
de material que eu consegui reunir para estudar.
Os mapas mentais para concurso público são
excelentes para revisões rápidas. No meu caso, comprei uma resma de papel
ofício e uma caixa de hidrocor. Para cada assunto que eu achava que merecia,
fazia um mapa mental, bem tosco, mas com o essencial para esquematizar o
conhecimento.
Embora dê trabalho de fazer, ajuda muito na hora de
revisar. Revisar todo o conteúdo de uma matéria em coisa de 30 minutos é algo
que só dá para fazer com mapas mentais, pois os resumos anotados tomam muito
tempo. Além do mais, parece-me que o cérebro registra melhor as informações de
forma visual.
Procurava revisar os mapas mentais para concurso
público todo santo dia, até que um ponto em que eu conseguia fechar os olhos e
ver a imagem, lembrar dos desenhos. O interessante é que, depois de um tempo,
lembrando de apenas um desenho você vai lembrando dos demais. E aí fica mamão
com açúcar.
Como falei na introdução, a vida continuou durante
os quatro meses em que estudei para o concurso público. Continuei trabalhando,
fazendo a pós, indo à academia, namorando e cuidando da casa. Um grande amigo
nessas horas foi o iPod.
Não sei se você sabe, mas o Governo disponibiliza a
Constituição Federal e algumas leis importantes em áudio (mp3) na internet,
principalmente para deficientes visuais terem acesso ao conteúdo da legislação.
O que fiz foi baixar esses arquivos (e outros que
encontrei pela web) no iPod e escutar sempre. Todo dia eu tinha que ir para a
academia ou correr, preparar o almoço, lavar a louça. Meu trajeto da casa para
a faculdade onde eu fazia a pós demorava uma hora de ida (metrô mais ônibus) e
outra de volta. Em todo esse tempo, estava eu escutando os áudios com o
conteúdo da legislação pertinente ao concurso público.
Se o assunto que você está estudando não tem áudio
pronto, faça o seu. Grave seu resumo, salve em um mp3 player e escute sempre
que puder. Mesmo que sua atenção não esteja totalmente lá, de uma forma ou de
outra você está mantendo o cérebro em contato com o conteúdo do concurso
público.
Para fazer tanta coisa, é preciso energia. Por isso
não parei com os exercícios durante o estudo. Um ponto que acho que foi
importantíssimo no meu caso foi comer direito.
Evitei ao máximo comidas que “tiram energia”. Não
sei bem explicar quais são, mas você sabe do que estou falando: aquele tipo de
almoço que, quando você termina, tudo o que quer é deitar numa rede e tirar um
cochilo.
Praticamente bani a comida industrializada do
cardápio, assim o corpo não tinha que gastar energia com isso. O sono ficou
muito melhor e com apenas seis horas por noite, durante quatro meses, eu me
sentia novo para o dia seguinte.
Há quem argumente que isso foi psicológico, mas
para mim é indiferente. Se funcionava, eu seguia adiante.
Não sei se esse ponto serve para todos. Ele está
relacionado com o primeiro ponto que citei, mas vai além.
A questão é que eu não tinha um plano B caso eu não
passasse no concurso público. Usei a reserva de grana para trazer livros do
Brasil pela Livraria Cultura e comprar a passagem de ida e volta. Fui ao
Brasil, fiz a prova e retornei para concluir a pós.
Quando você não tem um plano B, dá tudo o que tem
para conseguir o objetivo traçado. Sem desculpas, sem frescurinhas. Era passar
ou passar.
A verdade é que, quando sai o edital
de um concurso público, boa parte daquelas vagas já
têm donos.
Elas são das pessoas que estavam estudando muito
antes, desde que tiveram notícia de que o concurso público ia sair.
No mínimo, você precisa começar a estudar quando
sai a autorização para o concurso público, que é publicada no Diário Oficial da
União. O intervalo entre a autorização e o edital costuma variar entre um e
dois meses, geralmente. Do edital para a prova, por lei, é preciso haver um
hiato de pelo menos 60 dias. Isso vai dar entre três e quatro meses, no total,
para o estudo.
Quando decidi estudar, a autorização para o meu
concurso já havia saído há pouco menos de uma semana. Peguei o edital do
concurso anterior e comecei a estudar por ele. O problema é que mudaram a banca
e passei os dois primeiros meses estudando coisas que não cairiam (como
raciocínio lógico e matemática financeira) e deixando de estudar coisas que
cairiam (como ética e orçamento público). Mesmo assim, ainda é a melhor
estratégia.
Comparar o estudo para concursos públicos com uma
maratona é um lugar-comum, principalmente para quem fica anos estudando até
conquistar o cargo de seus sonhos.
Mesmo que assim seja, é importante preparar um
sprint final, aquela corrida de última hora até a linha de chegada. Depois
disso, não importa se você não tem mais fôlego, se as pernas estão bambas ou se
o músculo adutor da coxa se rompeu. O objetivo já foi cumprido.
No último mês antes da prova, cortei tudo o que era
supérfluo e até um pouco do que não era. Parei de ir à academia (fiquei só com
as corridas de 20 minutos), faltei um monte de aula da pós, tirei o pé do
acelerador no trabalho. Até o namoro ficou para escanteio.
Tudo o que eu fazia nesse mês final eram exercícios
e mais exercícios para o concurso público, alternando com alguma revisão dos
mapas e da teoria. Na hora da prova já estava tudo tão automático na minha
cabeça que só errei 14 das 120 perguntas que foram feitas.
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log de horas de forma mais eficiente do que em uma planilha
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Se possível, tire fotos dos mapas mentais com seu celular. Assim você
pode revisá-los no ônibus, na espera do médico, no banheiro…
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